
Para mudar esse desinteresse, devemos dar ao aluno a liberdade de escolha, através da qual se cria um interesse pelo aprendizado e, com isso, aprende-se mais e melhor.
Tendo como base a liberdade de escolha e a busca pela felicidade, a Pedagogia Vivencionista desenvolveu-se para permitir que a vida entre em sala de aula por todos os meios possíveis.
Conectando a escola ao mundo, ensinamos aos alunos através da vivencia real de problemas e empreendimentos reais. Estamos falando em dar liberdade para o aluno criar, e deixar que ele descubra o que deve aprender para atingir suas metas.
Muito  se tem falado  ultimamente sobre o ensino através de projetos. Podemos encontrar  usos  que variam desde o envolvimento de toda a escola em datas comemorativas   até escolas mais arrojadas que os usam como base de seu desenvolvimento   pedagógico. Grande parte desses projetos, porém, não dão ao aluno  muita  liberdade: tanto o tema quanto o andamento dos projetos são  determinados pelos  adultos, e as crianças continuam limitadas a  aprender somente aquilo que lhes é  passado.  Para  que os alunos estejam presentes de corpo e alma durante as  aulas, é preciso,  antes de mais nada, que os projetos despertem a  motivação dos alunos e que  tragam consigo um significado – o aluno  precisa querer aprender e entender  porque está sendo feita aquela  atividade. Os alunos, quando impulsionados por seus  próprios anseios, adquirem  motivação ao se depararem com problemas,  necessidades e curiosidades, e  constroem eles mesmos o conhecimento necessário  para resolvê-los ou  saná-los. Como colocar uma educação assim  em prática? O nome “Pedagogia Vivencionista”,  usado para nomear nossa  metodologia, vem do fato de que, através dela, deixamos  a vida entrar  em sala de aula para que os alunos possam vivenciar problemas e   situações reais e, através deles, desenvolver seu aprendizado. Cada projeto vivencionista segue  uma sequência de etapas, cada uma com objetivos definidos:
Fase I – Escolha do Tema – Diferente do que muitos pensam, o tema a ser estudado trará a abordagem de assuntos variados. Por isso ele pode ser escolhido pelas crianças.
Esta escolha acontece através da exposição de materiais diversos, em que as crianças exploram um kit de materiais que as apresente um mundo maior do que o universo infantil que as cerca. Conhecendo um novo mundo, as crianças sugerem os temas que chamaram a sua atenção e que gostariam de estudar. Tendo uma lista com todos os temas sugeridos, começa-se um debate em que cada aluno defende a sua idéia. As crianças mostram-se abertas a mudar suas escolhas caso outro tema as interesse mais e, por isso, depois dessa defesa, é feita uma votação através da qual se decidirá qual o tema do novo projeto.
Fase II – Exploração do tema – A fim de adquirirem um repertório mínimo a respeito do tema escolhido, as crianças desenvolvem um “mapa do projeto”, que é um registro de todas as suas questões e hipóteses sobre o tema. Esse mapa serve como uma lista de tarefas para as pesquisas iniciais: deve-se deixá-los encontrar meios para responder suas próprias perguntas. Tendo conhecimento suficiente sobre o tema escolhido, os alunos já estarão prontos para decidir aonde querem chegar com o projeto.
Fase  III – Empreendimento – Esta  é a fase em que o projeto realmente acontece. A  atividade de conclusão  é o objetivo final do projeto e, por possuir uma maior  complexidade,  os alunos deverão desenvolver uma série de atividades e  experimentos  para conseguir concluí-lo. As crianças já decidiram o seu objetivo  e  estão abertas a desenvolver as atividades necessárias para chegarem  aonde  querem. Com a ajuda do professor, elas analisam os caminhos a  serem tomados e o  planejamento de suas atividades. As situações não são  criadas pelo professor:  são necessidades genuínas dos projetos que  geram oportunidades de ensino de  diversas áreas do conhecimento. O  término do projeto ocorre quando a atividade  de conclusão é realizada.
Na proposta vivencionista,  quebramos um tabu  gigantesco: o de que não há educação sem planejamento. O  professor que  trabalhe com essa pedagogia deve entrar em sala de aula somente  com a  vaga idéia do que fará baseado na atividade de conclusão decidida pelos   alunos. No entanto, ele deve ter em mente que os caminhos podem mudar  caso  algum aluno tenha outra idéia e os outros resolvam segui-lo.  Para que o ensino possa acontecer  assim, o professor deve ter  claramente todos os seus objetivos na ponta da  língua e, quando houver  oportunidade, desenvolvê-los e aprofundá-los com as  crianças. É preciso que o professor tenha  confiança na vida e perceba que o  conhecimento humano surge de necessidades  básicas e está presente na  maioria dos obstáculos que terá de enfrentar com as  crianças. (Marcelo Rodrigues)
 

Gente, afinal descobri que método pedagógico eu sigo em minhas turmas,intuitivamente, sem nem saber que tinha um método: VIVENCIONISMO.
ResponderExcluirEsta percepção eu tive com a vivência de trabalhar 47 anos educando crianças. Descobri, que dar aula sem tanto planejamento, mas com objetivo definidos é muito mais prazeroso, interessante e motivador para as crianças. O aproveitamento então, nem se fala.
Hoje em dia ,eu sofro quando me impôem tanto planejamento nos concelhos de classe.Vejo que é tempo perdido, porque dificilmente se consegue realizar tudo aquilo que idealisamos.Fica quase tudo no papel,pois uma turma não é igual a outra.É um trabalho baseado no sonho, no ideal.
Já o vivencionismo, trabalha com a realidade do dia a dia, com a atualidade da vida, com o hoje.
Já fui até penitenciada na escola por ser renitente em planejar.Sou até considerada,talvez, uma má professora ...mas é lindo ver os meus alunos trabalhando interessados , felizes e... APRENDENDO.
Que bom que agora já tenho um respaldo pedagógico, concordo inteiramente com o que li sobre o vivencionismo. vou ler mais a respeito dele.