
Muitos adultos acreditam que a criança não entende  nada sobre a morte e deve ser poupada de saber que alguém próxima a ela  faleceu. Entretanto, é provável que esta mesma criança já tenha visto um  inseto morrer, perdido algum bicho de estimação ou assista alguma cena  de morte em desenhos ou noticiários. Quando a criança perde uma  pessoa querida de sua família como pai, mãe , irmão ou irmã, avós, ela  fica triste, confusa. Ocorre que esta mesma morte é sofrida por seus  familiares, que doloridos, estão sem condições de manter a intensidade  de cuidado e atenção que antes dirigiam a ela. O importante é que,  passado este momento de crise, ela volte a sentir-se segura e bem  cuidada. Pode ocorrer que, nas semanas seguintes a perda, as crianças  sintam grande tristeza ou sigam acreditando que o familiar que morreu  permanece vivo. Se, no entanto, evitar mostrar tristeza ou persistir a  longo prazo negando a morte de seu familiar querido poderá vir a ter  sérios problemas no futuro. A raiva após a morte de alguém  essencial para a segurança da criança é uma reação esperada que pode se  manifestar através de comportamento irritadiço, pesadelos, medos ou  agressão dirigida aos familiares sobreviventes. De qualquer maneira,  sabemos que a reação da criança ao luto está bastante relacionada a  forma que os pais ou pai sobrevivente e outros parentes abordarão esta  questão com ela nas semanas e meses que sucederão a perda. Quando  o adulto oculta dela a verdade sobre a morte, pode deixá-la confusa e  desamparada pois possivelmente perceba que algo aconteceu e que todos  estão agindo de forma diferente. Deixe a criança a vontade para exprimir  os seus sentimentos.Não devemos obrigá-la a ir ao enterro ou velório  caso ela esteja assustada. Poderá futuramente encontrar outras maneiras  de se despedir e recordar através de fotos, rezas,etc...Caso ela  manifeste desejo de participar do velório ou enterro, informe-a sobre o  que verá, explique a razão de estarem ali, deixando-a livre para  perguntar e para ficar o tempo que desejar. O  fato é mesmo a criança que não sofreu perdas necessita do adulto para  falar sobre a morte e esclarecer suas dúvidas. Converse com ela  procurando ser o mais honesto possível. Falar em céu ou que o morto foi  viajar ou dormiu, pode criar a falsa expectativa de que regressará,  dificultando o entendimento da perda como algo definitivo.Além disso,  temos que ter o cuidado de respeitar o seu tempo para compreender a  morte, levando em consideração o seu desenvolvimento cognitivo. Crianças  pré-escolares acreditam que a morte seja temporária e reversível, tal  como acontece em muitos desenhos animados nos quais os personagens  morrem e voltam a viver. Entre cinco e nove anos a morte  é percebida como irreversível, mas não como algo natural e universal.  Crianças que encontram-se neste grupo`não conseguem imaginar que elas ou  alguma pessoa conhecida possa morrer. A morte é vista como algo  distante, que só ocorre com os outros, a menos que haja uma perda de  alguém muito próximo. Somente entre nove e dez anos a morte passa a ser  percebida como uma interrupção das atividades dentro do corpo, que faz  parte da vida, que é natural. Mesmo que a criança seja  pequena e só entenda posteriormente, não devemos negar que todos iremos  morrer algum dia e que é natural ficarmos tristes nestes momentos.  Procure utilizar palavras simples e experiências que lhe são familiares.  Depois, aguarde que a criança demostre novamente vontade de falar sobre  este assunto. Outros sinais de sofrimento  podem ser manifestados pela criança quando perde alguém importante, como  perda de interesse por suas atividades, insônia, medos, manifestação de  comportamento correspondente a uma idade anterior, isolamento,  dificuldade escolar, imitação do morto. Se ela apresentar algum destes  sintomas, e este persistir, procure a orientação de um especialista. (Tutomania)
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